CENSO: REFLEXÕES ACERCA DA AUTODECLARAÇÃO E O SER NEGRO
Arthur
Luis de Vasconcelos da Costa
Determinar
um sistema de indicadores que se propõe a aferir as desigualdades educacionais
vinculadas à heterogeneidade constitui-se uma grande luta. O Censo executado,
primordialmente, de 10 anos em 10 anos, favorece o Estado democrático e a
visibilidade de pessoas antesnão iluminadas socialmente, apontando, pelo menos
em tese, a verdade econômica social sobre acesso aos bens e serviços da
população. Ao dedicar nosso olhar para os resultados encontrados nos últimos
Censos, percebe-se, de maneira universal, um progresso gradativo na diminuição
das desigualdades educacionais o ponto de vista da diversidade, especialmente
nas questões de gênero e diversidade étnico-racial, das quais, resultados para
seus respectivos indicadores tem os aproximam mais da equidade como um todo,
pelo menos nos dados. Objetiva-se, consequentemente que esse esforço contribua,
ainda que de maneira extraordinariamente breve, para um descortinamento da
realidade das desigualdades raciais brasileiras no que tange à diversidade, e
possa contribuir para comportamentos e reflexões que repensem a possibilidade
do levantamento de dados e da edificação de iniciativas e medidas públicas
condizentes com o espaço social, que a elas clama.
Enquanto
a legislação brasileira adota como critério primordial para classificação do
indivíduo em determinado grupo étnico o princípio da autodeclaração, é evidente
que, se almejamos um Brasil idóneo ao elaborar ações de igualdade racial,
reparação, política de saúde da população negra, combate ao racismo, e do
reconhecimento e titularidade, é preciso, minimamente, não prejudicar, de
nenhuma maneira, o ofício do levantamento de dados.
Segundo
convenção do IBGE no Brasil, negro é quem se autodeclara preto ou pardo, pois
população negra é o somatório de pretos e pardos. Vale salientar aqui, que a
classificação de “cor ou raça” empregada nas pesquisas do IBGE não é
simplesmente uma invenção que saiu de algum gabinete desse órgão. Ela e suas
categorias têm uma história que reflete, em grande grau, a própria história das
relações raciais brasileiras nos últimos dois séculos.
Todavia,
ser negro no Brasil é, constantemente ser objeto de um olhar enviesado. A
chamada sociedade recorrente da Democracia Racial parece conceber que há um
lugar predeterminado, categoricamente inferior, para os negros e assim
calmamente se comporta. Essa é, possivelmente, uma das razões pelas quais, no
Brasil, o debate sobre os negros é enclausurado de uma disputa ética, logo, por
muitas vezes, é incômodo e caro aos indivíduos, se reconhecerem de tal forma.
Além disso, a dinâmica racial brasileira vai se organizando simultaneamente com
fortes bases na discriminação. O que elaborar diante de tanta imprecisão, de
tantos imponderáveis no processo de pertencimento/atribuição racial no Brasil?
Desabitar o mapeamento das informações estatísticas, com certeza, não é
solução, e sim animar a produção de estudos e pesquisas sobre as dimensões
antropológicas e psicossociais no processo brasileiro de auto e
heteroatribuição de cor, de forma com que a influência dos fatores que entram
no andamento da classificação da população por cor e na relação da cor com
outras variáveis.
Em todo
caso, para fins políticos, negra é a pessoa de ancestralidade africana, desde
que assim se identifique. Etnia, também se revela como um conceito que jamais é
estritamente cultural, pois a demarcação e limitação de grupos étnicos parte de
uma suposta alocação deles no conjunto dos grupos populacionais raciais sem
alienar a unidade do lugar de origem, e, para delimitar etnia, considera-se a
concomitância de características somáticas (aparência física), linguísticas e
culturais, conforme Oliveira (2004)
Refletindo
também sobre isso, Laraia (2001) ainda afirma que: é fundamental entender essas
mudanças culturais para primeiramente atenuar o choque entre as gerações, mas
principalmente para evitar comportamentos preconceituosos entre os povos - É
necessário que a humanidade compreenda essa dinamicidade e entenda as
diferenças entre os sistemas culturais, concordante com a diferenciação feita
também por Oracy Nogueira (2006), grande sociólogo brasileiro, na qual nos
garante que o racismo no Brasil se apresenta como um preconceito racial de marca,
isto é, que se expressa em razão dos traços fenotípicos e forma de
comportamento do sujeito, diferente daquele presenciado dos Estados Unidos, o
qual leva em consideração a origem e não a aparência do indivíduo.
Tal
querela nos faz refletir, acerca da possibilidade do“corpo negro” do mundo das
ideias não subsistir o mesmo, em todo território, e sim, um elemento
multifacetado e reinterpretado socialmente. O desafio é portanto, pensar a cor,
as relações raciais, a gênese e a cotidianidade do racismo, no campo de uma
nova conjuntura que contempla elementos aparentemente opostos, sem muitas vezes
levar em consideração que para tal, deve-se levar à avaliação fatores
históricos – como o branqueamento forçado da população negra – e, ainda,
marcadores sociais, como classe, isso implica na orientação de políticas
públicas étnico raciais abrangentes, adaptadas à verdade brasileira e atuantes
de forma opositora a violência estrutural que insiste em exceptuar as pessoas
de pele mais escura.
Desta
maneira, devido a importância desta temática, bem como a necessidade de
desconstrução de ideias disseminadas pelos colonizadores que legitimam o
conhecimento eurocentrado, refletido nos mais diversos espaços, especialmente
na escola, que pensamos ser possíveis locais para uma nova investigações sobre
como-porquê está sendo trabalhado os conteúdos étnico raciais no ensino, para
que possamos caçar, e constatar como está o processo de edificação do
reconhecimento de autenticidade da educação, uma vez que a própria situação é, senão
o principal, um importante ambiente para o contágio de nossos valores
culturais, entendendo que é a cultura que possibilita ao homem a adaptar-se ao
meio e é ela também que delineia de certa maneira todas as suas crenças e o seu
comportamento.
Ao que
refere se a obrigatoriedade da Lei 10.639/2003 que diz respeito ádiretrizes e bases da educação nacional, para incluir no
currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática
"História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.e
sua aplicabilidade, fomentar uma discernimento que consiga alcançar o escopo
maior, que é traçar linhas e vertentes que sigam um juízo humanizador e
igualitário, que deve marchar com vistas a processos políticos e pedagógicos
emancipatórios em que caibam todas as pessoas e que não perpetuem as mazelas
evidentes do status-quo de herança colonial que vivemos até aqui.
Sair dos
impasses criados pelo colonialismo exigir-nos-ia, conforme afirma
Faustino(2013), partindo da lógica fanoniana, descer aos “verdadeiros
infernos”, indo além da mera afirmação da identidade historicamente negada em
direção ao humano-genérico. o indivíduo só se efetiva como tal quando canaliza
a impulsividade agressiva (violência), transferindo o aos iguais ou aos mais
fracos, e quando está apto a receber as forças que o constrange nesse processo
para tal consequência. O racismo estrutural tem feito um trabalho de eliminação
da população preta de diversas formas: através do genocídio, pelo afastamento
territorial, pela fome, pelo apagamento e silenciamento, pela apropriação
cultural, pelo epistemicídio, entre outros métodos,desconhecer e ignorar isso é
uma das características dos afroconvenientes que tornam comum encontrar negros
(ou que se consideram negras) afirmando que não existe racismo, do que em
pessoas negras indisfarçáveis, deixando-nos claro que quão mais retinta a pele,
menor a possibilidade de se “descobrir” negro, e maior a casualidade da
sociedade “acusar” de ser negro desde a mais nova idade.
Afinal, se a alienação colonial limita a
existência do negro para a sua aplicabilidade, apenas a luta é capaz de
libertar o subalterno de seus estranhamentos com o dominador (lê-se
colonizador). Enquanto, o dominado hegeliano almeja a luta pela liberdade, o
escravo em Fanon (2008), que também quer ser livre, se depara com um mundo onde
a brancura é a medida da liberdade, da humanidade e da universalidade. Nesses
termos racializados, a negação, implícita à dinâmica do reconhecimento, adquire
um aspecto que inviabiliza o funcionamento de todo o sistema. Dessa forma, a
própria afirmação da identidade fica sujeita a armadilhas que reforçariam os
complexos coloniais ao invés de dissolvê-los.
Nesta
polarização, entre o específico reificado e o universal embranquecido, há uma
alternativa, mas ela implica em uma reestruturação profunda. Para Fanon, o
negro não busca mais liberdade, mas ser branco. Assim, “não há luta aberta
entre o branco e o negro”, pois “o Negro [...] não sustentou a luta por
liberdade”: Cada geração deve, numa relativa opacidade, descobrir a sua missão,
cumpri-la ou traí-la. (…). A resposta de Fanon à alienação colonial estaria na
rejeição às máscaras que nos foram impostas, mesmo àquelas que nos ofereçam a
segurança de parecer idênticos àquilo que imaginamos. Essa imaginação não é
verdadeiramente livre, e sim uma reprodução automática da imagem submissa que
foi criada por eles.
Criando
igualmente um perspectiva, multíplice, aonde as representações acerca da
população negra indica um arcabouço formulado historicamente na interpretação
de velar seu corpo, aprisioná-lo em uma identidade atribuída socialmente,
construída por uma rede de significações que nada mais são além de armas
inventadas com intuito de preservar hierarquias sociais. As violências físicas
e simbólicas criam dificuldades à formação de senso de pertencimento racial,
fortalecendo obstáculos a sua disposição política. É valioso evidenciar que as
representações negativas sobre a população negra prejudicam altamente, as
relações étnico-raciais entre negros e não negros ocasionando abastardamento em
suas identidades individuais e de grupo. A escola se constitui em espaço
privilegiado de elaboração identitária, sendo assim lócus fundamental de
intervenção nos rumos da estrutura da identidade negra. Ao não reconhecer os saberes
das diversas culturas presentes no seu interior, a escola elimina saberes e
legitima as práticas hegemônicas de exclusão. Ao não conceder voz a todos os
saberes, a escola não reconhece os alunos como sujeitos socioculturais fruto de
diversas experiências.
Além
disso, lamentavelmente não são muitos os espaços que se abrem a discussões em
torno da diversidade e do combate à discriminação e preconceito racial,
tornando tal esqueleto ainda mais difícil. Acreditamos na casualidade de
alteração desta realidade opressiva a que estão submetidos os afro-brasileiros,
principalmente mediante uma educação que possibilite a afirmação da
autenticidade negra de forma positiva. No entanto, sabemos que este percurso de
reconstrução e elucidação está transversal por nossas vivências, mediante as
quais podemos reconstruir o nosso conhecimento do "eu" com o
"outro." Advogar de forma contráriaà isso e a favor do universalismo
no Brasil como mecanismo de emenda da disparidade racial no Brasil é ser insensível
à condição de injustiça que nos tocou em todo nosso existir, pois não há
equidade racial executável de ser alcançada em curto prazo, isto é, não há ação
em lucro da igualdade racial que nós possamos fazer enquanto agentes
históricos. Repetindo: ser universalista no Brasil é desviar a questão do
racismo para as gerações futuras e desvencilhar-se dos riscos que corremos se
tentarmos agir agora.
Mesmo
após a sua inclusão, a lei n. 10.639/2003 ainda encontra dificuldades para sua
concretização no âmbito escolar, pois ainda se considera que a lei só interessa
aos negros, considerados erradamente como parcela, e não maioria, da população
brasileira.
Além
disso, infelizmente não são muitos os espaços que se abrem a discussões em
torno da diversidade e do combate à discriminação e preconceito racial. As
diferenças ainda são vistas com desconfiança, e o racismo permanece sob a
imagem de um monstro adormecido sobre o qual não se pode falar para que não
seja despertado.
Ou seja,
o silêncio ainda é visto como defesa e não como viabilizador de preconceitos e
discriminações. As leis n. 10.639/2003 e sua versão modificada como a lei n.
11.645/2008 devem ser interpretadas de modo que sua aplicação não seja vista
apenas como acréscimo de conteúdo ou disciplinas especificas. O currículo fala
muito do que somos e fazemos, por isso é a construção de nós mesmos como
sujeitos. Enquanto sujeitos, como estamos sendo representados no currículo?
Segundo Silva (1995, p. 200) “o currículo também pode ser analisado como uma
forma de representação.” Pode-se dizer mesmo que o currículo se vincula com a
produção de identidades sociais.
É no
currículo que a conexão entre exposição e autoridade se realiza, se efetiva, há
uma conveniência da releitura de disciplinas, de sentido, de posturas, de
paradigmas, de visões sobre o currículo, pois este não se restringe apenas a
conteúdos, mas abrange práticas, elementos e experiências compartilhadas
cotidianamente pelos sujeitos no universo escolar. Na perspectiva apontada
acima, a inserção da obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Africana e
Afro-brasileira deve ser compreendida não somente como uma modificação de ordem
legitima promovida pelo Estado no currículo escolar, mas, um movimento muito
mais amplo, de ressignificação do ensino de história e da pesquisa histórica –
e neste contexto que se deve trabalhar, a saber: memória, cidadania e
consciência histórica.
Acreditamos
na casualidade de mudança desta realidade opressiva a que estão submetidos os
afro-brasileiros, especialmente mediante uma educação que possibilite a
afirmação da identidade negra de forma positiva. Temos, todas e todos, como
pesquisadoras e pesquisadores, a consciência de nossos limites e nossas dúvidas
sobre a compreensão das questões das sociedades. Neste sentido, nossos discursos
são até certo ponto sempre provisórios e sujeitos à crítica e autocrítica e
logicamente sabido do seu dever de luta enquanto meios de desmitificação do status-quo
como inabalável e da promoção da equidade entre pessoas pertencentes aos mais
diversos grupos étnico-raciais formadores da sociedade brasileira. A essas
questões, nossa postura política, ética e comprometida com a educação de
qualidade dará a resposta, quiçá, num futuro, com um Censo coerente com a
realidade racial.
Referências biográficas
Graduando em História pela Universidade Católica de
Petrópolis e pesquisador do GEPETHE - Grupo de Estudos e Pesquisa em Teoria da
História e Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade
Católica de Petrópolis. E-mail: vasconcelos.arthur7@gmail.com.
Referências
bibliográficas
OLIVEIRA,
Fátima. Ser negro no Brasil: alcances e limites. Estudos avançados, v. 18, p. 57-60, 2004.
LARAIA,
Roque de Barros. Cultura: um
conceito antropológico. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
NOGUEIRA,
Oracy. Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem: sugestão de
um quadro de referência para a interpretação do material sobre relações raciais
no Brasil. Tempo social, v.
19, p. 287-308, 2007.
FANON,
Frantz. Pele negra, máscaras brancas.
Salvador:EDUFBA, 2008.
SILVA,
Tomaz Tadeu da et al. Currículo e identidade social: territórios
contestados. Alienígenas na sala
de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação, v. 5, p.
190-207, 1995.
Inicialmente eu gostaria de parabenizar o autor pela excelente reflexão.
ResponderExcluirComo estudioso do tema, você veria viabilidade de adoção de mais algum critério ou instrumento além da autodeclaraçao, como meio de inclusão e redução desigualdades?
Olá Leonardo, agradeço muito pelo feedback e pelo comentário, Em alguns casos, principalmente em concursos de instituições privadas existe a Heteroidentificação que avalia critérios fenotípicos, por “membros distribuídos por gênero, cor e, preferencialmente, naturalidade”, como nos garante Edmar José da Rocha e Fúlvia Rosemberg, em texto disponivel neste link: https://www.scielo.br/j/cp/a/5NbCwJ6ShDZ6sq9FPgpBRxc/abstract/?lang=pt
ExcluirAssim, há também de se perceber, e de se considerar que existe uma carência de estudos sobre o tema, e uma dificuldade social de entender os conceitos para aplica-lo em uma avaliação, tornando também um empecilho para que os dados levantados sejam espelho fiel de nossa sociedade, dessa forma, a incongruência continua e a busca por soluções também.
Inicialmente eu gostaria de parabenizar o autor pela excelente reflexão.
ResponderExcluirComo estudioso do tema, você veria viabilidade de adoção de mais algum critério ou instrumento além da autodeclaraçao, como meio de inclusão e redução desigualdades?
LEONARDO BORGES GONÇALVES
Olá Leonardo, agradeço muito pelo feedback e pelo comentário, Em alguns casos, principalmente em concursos de instituições privadas existe a Heteroidentificação que avalia critérios fenotípicos, por “membros distribuídos por gênero, cor e, preferencialmente, naturalidade”, como nos garante Edmar José da Rocha e Fúlvia Rosemberg, em texto disponivel neste link: https://www.scielo.br/j/cp/a/5NbCwJ6ShDZ6sq9FPgpBRxc/abstract/?lang=pt
ExcluirAssim, há também de se perceber, e de se considerar que existe uma carência de estudos sobre o tema, e uma dificuldade social de entender os conceitos para aplica-lo em uma avaliação, tornando também um empecilho para que os dados levantados sejam espelho fiel de nossa sociedade, dessa forma, a incongruência continua e a busca por soluções também.
Ass: Arthur Luis de Vasconcelos da Costa
Parabenizo o autor Arthur Luis de Vasconcelos da Costa pelo estudo, intitulado Censo: reflexões acerca da autodeclaração e o ser negro que destaca que segundo convenção do IBGE no Brasil, negro é quem se autodeclara preto ou pardo, pois população negra é o somatório de pretos e pardos. Vale salientar aqui, que a classificação de “cor ou raça” empregada nas pesquisas do IBGE não é simplesmente uma invenção que saiu de algum gabinete desse órgão.
ResponderExcluirAssina Francielcio Silva da Costa.
Sim Francielso, obrigado pelo comentário.
ExcluirÉ interessante também perceber que tal denominação e classificação têm um contexto histórico que reflete das relações raciais que formaram esse país miscigenado.
Ass: Arthur Luis de Vasconcelos da Costa
Neste aspecto, indago por que motivos ser negro no Brasil é constantemente ser objeto de um olhar enviesado?
ResponderExcluirAssina Francielcio Silva da Costa.
Olá Francielso, obrigado pelo comentário, o contexto pós-abolicionista brasileiro, manteve boa parte de sua estrutura psíquica, dessa forma, estabeleceu-se uma territorialização da violência capaz de expandir a política do extermínio cultural. Assim, a sociedade se organiza de maneira que reserva ao negro, seu lugar, tornando a ascensão social mais dificultada retirando inclusive em muitos momentos seu espaço como cidadão e olhando para tal individualidade com lentes negacionistas e inviabilizatórias.
ExcluirAss: Arthur Luis de Vasconcelos da Costa
ExcluirA partir da sua pesquisa o que seria uma pessoa considerada negra?
ResponderExcluirAssina Francielcio Silva da Costa.
Olá Francielcio, obrigado pelo comentário. a pesquisa me indicou que negra é a pessoa de ancestralidade africana, preta e parda , desde que assim se identifique. Apesar disso, não podemos não estar atentos ao fato de que, conforme, dito no texto, a dinâmica racial brasileira vai se organizando simultaneamente e também sendo ressignificada. Tal identificação e conceituação passa por esse desafio.
ExcluirAss: Arthur Luis de Vasconcelos da Costa.
Espero ter respondido!!
Muito interessante a compreensão de que a autodeclaração não é suficiente para a população se enxergar enquanto preta ou parda sem as suas "máscaras brancas"
ResponderExcluirSim, sem contar que tal categoria de análise pertence a um campo extremamente subjetivo, como podemos ver nesse video: https://www.youtube.com/watch?v=ru97lrXlQi8
ExcluirAss: Arthur Luis de Vasconcelos da Costa
ExcluirBoa noite. excelente seu texto. Eu concordo que haja políticas públicas que beneficiem as pessoas negras, porém sabe-se que quem realmente precisa não é beneficiado. Quando nos referimos as bolsas de estudo ou de concurso, poderiam haver mais critérios, como por exemplo o fator econômico, pois existem pessoas que se declaram negros por terem descendência e acabam conseguindo se encaixar nas cotas mesmo tendo condições de fazer um curso particular, enquanto os que precisam muitas vezes acabam não conseguindo.
ResponderExcluirSaudações Inês! Muito obrigado pelo comentário. Acredito que nesse caso, as quotas por renda são possibilidades também de equacionar essas questões e fazer que o processo seletivo, concurso, etc. Sejam mais fidedignos com a realidade. Entretanto, vale a pena dizer que a quota racial, e por renda, trabalham de formas concomitantes e não exclusivas no combate ao racismo estrutural.
ExcluirAss: Arthur Luis de Vasconcelos da Costa