Flavio Guilherme V. C. da Silva e Tathianni Cristini da Silva

UM MONUMENTO PARA IEMANJÁ: A HISTÓRIA DE UM BAIRRO E SUA
RELAÇÃO COM A UMBANDA

Flavio Guilherme V. C. da Silva
Tathianni Cristini da Silva
 
 
Introdução
 
O artigo a seguir busca entender as relações da estátua de Iemanjá no bairro Vila Mirim no município de Praia Grande, litoral de São Paulo, com seus moradores, visando construir sua identidade e história local, por meio de um patrimônio histórico. Para isso optou-se pela utilização da metodologia da história oral, que se mostrou uma eficiente fonte de pesquisa devido a uma emancipação recente do município e a ausência de fontes escritas.
 
O trabalho discute a presença da imagem de Iemanjá no bairro da Vila Mirim na cidade de Praia Grande, litoral de São Paulo, na perspectiva da Umbanda. Para tanto, buscou-se entender as origens da Orixá Iemanjá, para as religiões de matriz africana, as origens de sua festividade, seus costumes e práticas que vem influenciando parte da cultura brasileira como nas tradições típicas de virada de ano, e a estátua de Iemanjá enquanto um patrimônio municipal.
 
Para coleta das informações que compõem a pesquisa, optou-se por utilizar a metodologia da História Oral com base no manual feito pelo Museu da Pessoa, entrevistando moradores locais, além de livretos informativos que em conjunto serviram para compor relatos que não foram possíveis localizar em demais fontes escritas. (LOPEZ, 2008).
 
Optou-se por manter a grafia dos depoimentos tal qual foram colhidos. Por meio do que foi possível coletar esse trabalho tem como objetivo identificar e analisar as relações do bairro Vila Mirim em Praia Grande com a estátua de Iemanjá, além de examinar sua influência na construção da identidade local e do imaginário coletivo enquanto patrimônio.
 
Trajetória da Umbanda: do Rio de Janeiro até Praia Grande
 
A Umbanda foi fundada no dia 15 de novembro de 1908, no Rio de Janeiro, por Zélio Fernandino de Moraes e seu mentor espiritual, o Caboclo das Sete Encruzilhadas. O que caracteriza a Umbanda é o encontro de diferentes fatores, criando algo único um amálgama religioso, assim em um primeiro momento para alguns a Umbanda era simplesmente Kardecismo-Africanizado, enquanto para outros Africanismo-embranquecido, entretanto tais definições não estavam perto do que realmente era a Umbanda. Ela era algo novo que nasceu em solo brasileiro e diferente das demais religiões do período, não era a religião de uma etnia, mas sim tal qual o Brasil fruto do encontro dessas etnias produzindo um sentido que já não se podia explicar pela raça e sim pela identificação com o povo brasileiro. (CUMINO, 2015, p.121).
 
Nos anos seguintes os terreiros se espalharam cada vez mais, entre os contribuidores para tal proliferação da Umbanda está o radialista do Programa Hora da Umbanda e membro da Associação Paulista de Umbanda, Demétrio Domingues. Ele esteve envolvido na criação da revista “Cacique da Umbanda” que homenageia personalidades no meio Umbandista, distribuída de forma gratuita pelo período de 10 anos até o ano de 1985. Em abril do mesmo ano, Demétrio se juntou com um editor já conceituado Bartolo Fittipaldi que publicava todo tipo de revistas e informativos e a Distribuidora Nacional de Publicações (DINAP), justo publicaram a Revista de Umbanda Verdade, uma versão mais completa e elaborada de sua antecessora. Porém, o projeto não durou muito. Demétrio também ajudou a espalhar a umbanda através de participações em programas de tv da época como Umbanda em Marcha; Ronaldo fala de Umbanda; Momento de Prece. Esteve também no Programa Xênia Bier (TV Bandeirantes) e TV Gazeta.
 
Uma de suas maiores contribuições talvez seja sua participação direta no processo, que colocou em 1969, a primeira grande estátua de Iemanjá no litoral paulista, localizada na cidade de Praia Grande. Outro marco na história da Umbanda em São Paulo foi a criação da festa de Ogum tradicional da região pelas mãos de Pedro Furlan que também foi um dos responsáveis pela realização da primeira festa de Iemanjá na cidade de Praia Grande.
 
Segundo o que conta Ronaldo Linares (2015), presidente da Federação Umbandista do Grande ABC, idealizador e criador do primeiro curso de Formação Sacerdotal de Umbanda do país, guardião do Santuário Nacional da Umbanda, a escolha da data deve-se ao fato que por volta de 1956, teve início na Praia das Vacas (ou Parapuã), próximo a Ponte Pênsil, no município de São Vicente, que até então era chamado de ‘‘Encontro das Águas’’, iniciada com uma procissão realizada por Pai Jaú, que levava a imagem de Iemanjá ao encontro da imagem de Oxum.
 
Demétrio Domingues (2015) afirma ‘‘não podemos precisar como começou, o local primitivo, não tinha nada além do estabelecimento militar, nos reuníamos em pequenos grupos, no início eram apenas alguns pequenos terreiros’’. Já em meados de 1960, devido ao aumento nos números de devotos nas festividades e pela Praia das Vacas ser área militar foi proibido dar continuidade no ‘‘Encontro das Águas’’.
 
Uma festa para Iemanjá
 
A primeira festa de Iemanjá em Praia Grande, reuniu grande número de tendas e médiuns. Foi realizada em 1953 por Félix Nascentes Pinto, presidente fundador do Primado de Umbanda em São Paulo, que atualmente é o primado do Brasil. Graças a seu forte envolvimento no meio político e em homenagem à entidade Caboclo Mirim e seu médium Benjamim Figueiredo, o bairro onde se realizou a festividade passou a se chamar, oficialmente de Vila Mirim. (CUMINO, 2015, p. 172).
 
Em meados de 1969 durante o mandato do prefeito da época Dorivaldo Loria Júnior e presidente do conselho municipal de turismo, Jose Moura entraram em contado com a federação de Umbanda, na tentativa de levar o culto para as areias de Praia Grande, município recém-emancipado que oferecia duas condições que seriam essenciais para as oferendas, a primeira, muito espaço possuindo 23km de faixa costeira, e a segunda, aceitação e a colaboração das autoridades do povo. A festividade reuniu aproximadamente 15 mil participantes, realizada em frente à Avenida Costa e Silva no bairro Boqueirão. (STERQUE, 1977, p. 7)
 
Nos anos seguintes, a Festa de Iemanjá começou a atrair um público cada vez maior. No ano de 1975 se tem o registro de 300 mil umbandistas com mais de 4 mil ônibus e 1.200 tendas distribuídas pela orla. (STERQUE, 1977, p. 8)
 
Em 1976 com a instituição da lei sobre a ‘‘Semana de Iemanjá’’ por Domingos Augusto Nini de Oliveira, Prefeito de Praia Grande, considerando: A oficialização dos festejos comemorativos ao Dia de Iemanjá por Lei Municipal; Que os adeptos da Umbanda não se constituem em turistas de um dia; Que tais festejos devem ter uma regulamentação específica e bem determinada, desafogou o número de adeptos, que passaram a se se dividirem em dias, iniciando no dia 30 de novembro e indo até 8 de dezembro, nesse mesmo ano seria marcado por outro marco para os umbandistas. Articulado por Pai Demétrio Domingues presidente da Associação Paulista de Umbanda, com a marcante inauguração de uma estátua com 8 metros de altura, dedicada a Iemanjá. (STERQUE, 1977, p. 9)
 
Inaugurada no dia 06 de dezembro de 1976 a estátua de 8 metros de altura pesando 40 toneladas, foi dedicada a Iemanjá. O artista encarregado de esculpir a imagem foi Antônio Miguel de Almeida, por intermédio da empresa Imagens Bahia ltda., ficando a conservação a cargo do Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo, com o custo orçado em 35.00 cruzeiros durante a gestão do prefeito de Leopoldo Estásio Vanderlinde. (STERQUE, 1977, p. 9)
 
A criação da imagem passou por um longo processo de estudos devido seu posicionamento perto das águas salgadas do oceano e levando-se em conta os efeitos da maresia. Foi aventada a possibilidade de uma imagem de madeira, entretanto os laudos técnicos provaram que a madeira indicada pelo escultor sofreria os efeitos da brisa marinha, outro projeto foi da imagem com areia petrificada que também teve de ser deixada de lado. O modelo final foi feito de cimento concreto, não sendo esculpida e sim feita em forma e trazida em pedaços para ser montada. (STERQUE, 1977, p. 9)
 
Além dos debates sobre o material, também surgiram problemas quanto à localização, alguns interessados queriam que fosse colocada no Boqueirão, outros no Solemar, outros ainda na Cidade Ocian, isso levou o prefeito que tomasse como base o mapa da cidade, dividindo ao meio. O ponto encontrado é a Vila Mirim. E, assim, Praia Grande foi a primeira cidade Brasileira a ter uma estátua de Iemanjá à beira-mar. (STERQUE, 1977, p. 10)
 
Em suas proporções apenas a figura de Iemanjá possui 5 metros de altura e pesa cerca de 5,5 toneladas, possuindo um pedestal de 3 metros acima do alicerce, abaixo da base de concreto com 20m² e pesando 40 toneladas. (SOUZA, 2019) No dia 15 de setembro de 2006 a estátua de Iemanjá ganhou um espelho d’água e cascata, após sofrer atos de vandalismo que destruíram uma de suas mãos. Com a obra, foi totalmente recuperada recebendo pintura e iluminação especial nas cores da entidade (branco e azul).
 
A estátua foi pintada de branco e à noite fica iluminada com a tonalidade azul. Próximo à escultura serão plantados 16 coqueiros, representando os orixás (deuses) da religião, a pedido da Federação Paulista de Umbanda”, explicou o coordenador dos projetos especiais da Prefeitura, o arquiteto Luiz Fernando Félix de Paula. (PAULA apud MIRANDA, 2006). A restauração ficou por anos a cargo de Maria de Lourdes Marszoleck, responsável pelo ateliê de artes visuais da Secretaria de Cultura e Eventos (Secult).
 
A história oral enquanto metodologia de pesquisa se mostra muito eficiente, em casos em que se tem ausência de fontes escritas, o que se aplica ao caso em questão onde os relatos serviram para complementar ou dar indícios que não foram transportados para fontes impressas. Os relatos a seguir foram colhidos usando a mesma metodologia do Museu da Pessoa (2008) para coleta de dados. Os depoimentos foram colhidos durante a celebração dos 50 anos dos festejos para Iemanjá. Optou-se por manter a grafia dos depoimentos tal qual a forma como foram colhidos, com o intuito de se preservar as informações adquiridas.
 
Para preservar a identidade dos entrevistados seus nomes foram suprimidos e receberam um número para identificação. Entre as perguntas, buscou-se entender a relação entre a figura de Iemanjá com a Praia Grande e seus moradores.
 
Em meio às entrevistas, pode-se ver alguns dados curiosos, quanto a relação da figura de Iemanjá com os moradores de Praia Grande, como quando foi perguntado ao entrevistado 19, se ‘‘considera a estátua de Iemanjá importante?’’ Foi respondido que ‘‘A Estátua é a referência de Praia Grande’’ uma resposta parecida ocorreu quando perguntado ao entrevistado 28 que disse ‘‘É um símbolo não só para Umbanda como para Praia Grande’’. Pode ser visto em grande parte dos depoimentos colhidos que, mesmo para aqueles que não seguem religiões de matriz africana, ou como no caso do entrevistado 27 que é ateu mas quando lhe perguntado sobre a importância da estátua foi respondido ‘‘eu considero importante para a cidade, importante para alguns familiares, não pra mim pessoalmente, mas pessoas ao redor sim, então pode se dizer que sim’’ a imagem é um símbolo importante que caracteriza a história da cidade e de seu povo e dos povos africanos.
 
Através de fontes escritas, mostrou-se que Praia Grande foi a primeira cidade brasileira a ter uma estátua de Iemanjá à beira-mar, representatividade não só para o município como também para os praticantes da religião como pode ser observado nos depoimentos a seguir: ‘‘é representatividade da nossa religião muitos lutam contra’’ nas palavras do entrevistado 12. ‘‘Muito importante não só do sincretismo, mas para o município é uma grande festa religiosa que o município recebe’’ nas palavras do entrevistado 23, informação que corrobora os dados obtidos sobre os números de participantes da festa em anos anteriores que vêm se multiplicando e atraindo pessoas de outros estados. Segue atraindo mesmo aqueles que não seguem os dogmas da religião e acolhem a estátua como uma parte importante de sua vida, cultura e história por cresceram com o símbolo de Iemanjá.
 
Com isso pode-se dizer que devido a instalação da estátua de Iemanjá nos primeiros anos da cidade, possibilitou uma maior aceitação da população que cresceu e a acolheu como um dos símbolos da cidade junto com os demais monumentos da cidade. Assim com a crescente onda da atividade turística trazida pelas festividades que ajudou no desenvolvimento da economia da cidade.
 
A figura de Iemanjá e seu festejo, faz parte da história de moradores que, ao frequentar a praia se depararam com o monumento que, mesmo não detendo significância religiosa, possui utilidade prática no dia a dia com uma ponte de orientação geográfica. Uma vez que, a estátua de Iemanjá é um ponto de referência para identificar aqueles que estão no bairro Vila Mirim.
 
Considerações
 
Diante do que foi observado por meio dessa pesquisa pode-se concluir que o município de Praia Grande assim como seus moradores possuem ligações diretas ou indiretas com a figura de Iemanjá e as religiões de matriz africana. Esse trabalho se mostra importante não somente para construção de uma identidade local para o município de Praia Grande, como também para os praticantes de religiões de matriz africana e suas constantes lutas para assegurar seus direitos.
 
Os depoimentos colhidos no ano de 2019 durante a comemoração dos cinquenta anos do festejo de Iemanjá, tiveram papel fundamental para o desenvolvimento do trabalho devido à ausência de fontes escritas.
 
Com base no material produzido é possível encaminhar a continuação da pesquisa no intuito de buscar identificar a história da umbanda em Praia Grande Outra linha de pesquisa a ser desenvolvida, é a relação dos demais monumentos da praia com seus respectivos bairros e moradores, a ponto de desenvolver uma narrativa sobre a história de Praia Grande.
 
Referências

Flávio Guilherme Vasconcelos Cardoso da Silva. Graduado em História e Pedagogia pela Universidade Metropolitana de Santos/UNIMES, Santos/SP. flavio2000guilherme@gmail.com 
O presente trabalho é parte de minha monografia de conclusão de curso em História, sob a orientação da Profa. Dra. Tathianni Cristini da Silva.
 
Profa. Dra. Tathianni Cristini da Silva. Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo/USP. Professora nos cursos de História e Pedagogia da Universidade Metropolitana de Santos/UNIMES, Santos/SP e Universidade Federal de Juiz de Fora/UFJF. tathianni@gmail.com
 
 
Referências bibliográficas
 
CUMINO, Alexandre. História da Umbanda: uma religião brasileira. São Paulo: Madras, 2015.
 
HENRIQUE, Luiz. Entrevista 12. [Entrevista cedida à] Flávio Guilherme Vasconcelos Cardoso da Silva. Praia Grande, 01 de Nov. 2019.
 
LOPEZ, Immaculada. Memória Social – Uma metodologia que conta história de vida e o Desenvolvimento Local. São Paulo: Museu da Pessoa: Senac São Paulo, 2008.
 
MIRANDA, João Carlos. Iemanjá ganha espelho d’água e cascata com obra de reurbanização. Praia Grande. 2006. Disponível em: Acesso em: 03 jun. 2022.
 
ROSEANA. Entrevista 19. [Entrevista cedida à] Flávio Guilherme Vasconcelos Cardoso da Silva. Praia Grande, 01 de Nov. 2019.
 
SILVA, Alice da. Entrevista 23. [Entrevista cedida à] Flávio Guilherme Vasconcelos Cardoso da Silva. Praia Grande, 01 de Nov. 2019.
 
SILVA, Jose Andrade da. Entrevista 27. [Entrevista cedida à] Flávio Guilherme Vasconcelos Cardoso da Silva. Praia Grande, 01 de Nov. 2019.
 
STERQUE, Cláudio. Boletim informativo do Centro de Estudos Amazônico de Praia Grande. 2 ed. São Vicente: Danúbio Ltda, 1977.
 
VILMA. Entrevista 28. [Entrevista cedida à] Flávio Guilherme Vasconcelos Cardoso da Silva. Praia Grande, 01 de Nov. 2019.

9 comentários:

  1. Fabrício José Pimenta de Araújo12 de setembro de 2022 às 14:11

    Boa tarde! Achei interessante o fato de Praia Grande ser a primeira cidade do Brasil a ter uma estátua de Iemanjá. Gostaria de saber se o município promove alguma forma de diálogo entre as religiões de matrizes africanas com outras religiões?

    ResponderExcluir
  2. Boa-Tarde! Fabrício José Pimenta de Araújo, agradeço o questionamento, sim o município promove através de eventos e exposições realizadas no Museu, Teatro e Galeria de artes da cidade, chamado de Palacio das Artes. Mas esse diálogo também está presente de forma mais orgânica durante as festividades de Iemanjá em novembro, onde além da participação ativa de pessoas de diferentes religiões de matrizes africanas também tem pessoas de outras religiões que participam da festividade, seja acompanhando familiares que seguem a doutrina ou aqueles que trabalham com o comercio e com o grande número de visitantes tiram boa parte do sustento.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fabrício José Pimenta de Araújo12 de setembro de 2022 às 18:13

      Boa noite Flávio Guilherme Vasconcelos Cardoso da Silva! Fico agradecido pelos seus esclarecimentos e parabeniza-lo pela pesquisa, ao dar voz e protagonismo na figura de Iemanjá. Apesar das críticas, o uso da história oral como recurso metodológico, na qual é usado em seu trabalho, é instrumento válido para analisar o que os documentos escritos não conseguiram abarcar.
      Att

      Excluir
  3. Boa tarde, parabenizo pelo texto! Muito importante perceber o pioneirismo dos atores sociais colaborando para o entendimento da diversidade cultural do país. Não conheço a cidade, mas vou divulgar o trabalho para que mais comunidades de religião de matriz africana se engajem na luta da representatividade.
    Waldson Luciano Corrêa Diniz
    waldson.diniz@ufms.br
    UFMS
    CAMPUS DO PANTANAL

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde, Waldson. Muito obrigada pelo seu comentário. A ideia é realmente divulgar o trabalho para que mais pessoas discutam o assunto e se engajem na luta pela representatividade. Abraços.

      Excluir
  4. Boa tarde autores, parabéns pelas belas reflexões. Ao longo da leitura me questionei sobre o processo de terreirização, muito utilizado pelo historiador Luis Antonio Simas, para ele o terreiro é um espaço praticado na dimensão do encantamento do mundo, e me parece que a presença materializada de Iemanjá na cidade, causa o mesmo efeito, como um mecanismo de sacrilizar espaços urbanos e de transformar tal local, em lugar. Dessa forma, qual a importância desse patrimônio para o ensino das religiões de matriz africana nas escolas do bairro? É possível perceber a importância de tal representatividade de forma quantitativa?

    Ass: Arthur Luis de Vasconcelos da Costa

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa-Tarde! Muito obrigado pela pergunta Arthur com relação a importância do patrimônio no ensino religioso ainda caminha a passos curtos porém perspectivos, muitas escolas cada vez mais trabalham com temas da cultura africana e afro-brasileira e ter um pratrimonio representante é importante na busca de uma aprendizagem significativa, uma vez que o objeto de estudo já está inserido de alguma forma na vida dos estudantes e na história de suas famílias.

      Excluir
  5. Flavio e Tathianni, parabéns pela rica pesquisa! Gostaria de saber da relação dos adeptos da tradição narrada, carregada de compromisso com a manutenção de tudo que diz respeito a ela, com os evangélicos da cidade.

    Percebemos nos últimos anos, sobretudo com o atual governo, um crescimento exponencial de evangélicos no país com discurso bélico, fundamentalista e quanto às religiões de matriz africana um tanto hostil até. A população de Vila Mirim no município de Praia Grande tem se deparado com esta realidade e se sim, como tem reagido a ela?

    Att,

    Samuel de Oliveira Gomes Pereira Padua.

    ResponderExcluir
  6. Olá, Samuel. Infelizmente esses problemas levantados por você estão presentes. No entanto, esse grupo de Praia Grande é bastante organizado e tem conseguido manter as suas manifestações com certa segurança e sem grandes incidentes.
    Abraços.
    Tathianni Cristini da Silva

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.