Leonardo Borges Gonçalves

O ENSINO DA HISTORIA INDÍGENA NO BRASIL E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL

Leonardo Borges Gonçalves

 

A Lei Federal n° 11.645/2008 trouxe a obrigatoriedade do ensino em escolas de nível fundamental e médio da história e cultura indígena. “Art. 1º. O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.” (BRASIL, 2008, p.1).
 
A questão é, por que a necessidade de existir uma lei que obrigue o ensino da história e cultura indígena sendo que esta faz parte da cronologia do Brasil tanto quanto a europeia tão difundida nos currículos escolares? Entre outros desdobramentos Cunha (2012) nos traz a reflexão sobre a categorização da sociedade indígena como sendo estranha e exótica, considerada primitiva, atrasada e essencialista, o que a tornaria imutável fazendo com que qualquer um que saia fora desse padrão fixo e estável seja considerado aculturado, tudo isso na tentativa de tornar os índios figuras em processo de extinção.
 
“Por má consciência e boas intenções, imperou durante muito tempo a noção de que os índios foram apenas vítimas do sistema mundial, vítimas de uma política e de práticas que lhes eram externas e que os destruíram. Essa visão, além de seu fundamento moral, tinha outro, teórico: é que a história, movida pela metrópole, pelo capital, só teria nexo em seu epicentro. A periferia do capital era também o lixo da história. O resultado paradoxal dessa postura ‘politicamente correta’ foi somar à eliminação física e étnica dos índios sua eliminação como sujeitos históricos” (Cunha, 2012, p. 22).
Da chegada dos europeus até os dias atuais os Índios passaram pela colonização, pelo genocídio, exploração, catequização, inúmeras tentativas de assimilação à sociedade, no entanto, perseveraram em meio a lutas e desafios, afirmando sua identidade étnica, suas crenças e valores.
O artigo 31 da OIT3 (Organização Internacional do Trabalho) traz o seguinte texto:
 
“Medidas de caráter educativo deverão ser adotadas em todos os segmentos da comunidade nacional [...] com o objetivo de eliminar preconceitos que possam ter com relação a eles”. Essa recomendação se dirige em especial à escola, dizendo que “esforços deverão ser envidados para assegurar que livros de história e demais materiais didáticos ofereçam descrição correta, exata e instrutiva das sociedades e culturas dos povos indígenas e tribais” (Convenção 169 da OIT, BRASIL, 2003).
 
Sobre o processo de ensino é legítimo falar sobre dois conceitos, a escolha dos conteúdos que serão abordados e a melhor abordagem metodológica que será utilizada, está questão vai de acordo com o ano/série em que o professor irá atuar, no entanto vale ressaltar que em todos os casos é necessário que o processo de ensino-aprendizagem sobre a história indígena atravesse fronteiras que por muitos anos foram estabelecidas por políticas errôneas, indo além da comemoração do da do Índio (19 de abril).
 
O ensino de história indígena
 
No Brasil o ensino da história e cultura indígena é marcado por uma abordagem tradicional que traz ao ambiente escolar uma visão eurocêntrica derivada dos relatos e livros escritos por europeus sobre todas as minuciosidades vistas por eles durante o período de colonização do país.
 
“A América é uma grande terra com muitos selvagens, e muitas diferenças nas línguas. Há nela muitos animais estranhos e é bella de ver-se. As árvores estão sempre verdes e nenhuma madeira desta terra se assemelha às outras. A gente anda nua, e em nenhuma parte da terra, que está entre os Tropicis, em tempo algum do ano faz tanto frio como aqui em Michalis; mas a parte dessa terra que está ao sul do Tropicus Capricorni, é um pouco mais fria[...]. A gente tem a pelle de cor vermelha parda, por cansa do sol que a queima. É povo bem parecido, muito ladino no praticar o mal e propenso a perseguir e devorar os seus inimigos.” (Staden, 1930 p. 132)
 
Hans Staden foi um alemão que escreveu diversos relatos sobre tudo o que vivenciou em seu período em solo brasileiro, chegou a ser prisioneiro dos Tupinambás, assim escrevendo:
 
“Não fazem por fome, mas por grande ódio e inveja; e quando na guerra combatem, gritam um para o outro, por grande ódio [...] “a ti sucedam todas as desgraças, minha comida”. [...] “eu quero ainda hoje cortar a tua cabela”. [...] “para vingar a morte dos meus amigos, estou aqui”. [...] “tua carne será hoje o sol, entre o meu assado. Tudo isso fazem por grande inimizade.” (Staden, 1930, p. 157)
 
Essa foi uma percepção entre inúmeras outras que ele deixou sobre os índios, outros escritores da época fizeram o mesmo, cada um descrevendo a partir do próprio olhar, não havia ali imparcialidade, muito menos um lugar para a visão do outro lado da história.
 
Segundo Almeida (2010) os índios usavam a oralidade como ferramenta de distribuição de conhecimento, tendo sua cultura, valores, crenças e histórias passadas de geração em geração através da fala, com a morte de milhares, essas histórias foram se perdendo, deixando essa balança desproporcional.
 
A abordagem através da perspectiva eurocêntrica se traduz em “manuais”, livro didáticos que de acordo com Coelho (2007) trazem uma visão do índio assentada pelos colonizadores, como figura exótica e submissa, que foi escravizado sem muitas objeções e que estaria fadado ao desaparecimento.
 
O Brasil é composto por uma infinidade de povos, no entanto sempre houve uma objeção em se contar a história dos povos nativos desse país, muito parte da influência historiográfica do século XIX, que excluía o índio do papel de protagonista da história nacional, dando ênfase apenas para a sociedade europeia e seus descendentes.
 
Como consequência desse tipo de ensino várias gerações foram ensinadas a enxergar os índios como um povo sem história e, portanto, sem direitos, escolhas fadados a permanecerem parados no tempo, já que ao menor sinal de evolução eles são acusados de abandonar sua identidade.
 
Com a chegada do século XX começou-se a ver uma pequena mudança de cenário, Almeida (2010) cita que alguns historiadores passaram a destacar o papel do índio no processo de colonização, no entanto sempre com o papel de vítimas, de um povo que foi derrotado, que até tentou resistir, mas não obtiveram êxito e assim caminhavam para o fim. As heranças culturais como algumas comidas, palavras e costumes se constituíam como sua única contribuição durante um longo período do ensino da história.
 
Como consequência de políticas nacionais de interiorização durante os governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, eclodiram movimentos relativos à luta pelos direitos indígenas por todo o país nos anos 70, Baniwa (2010) diz que antropólogos e a CIMI, Conselho Indigenista Missionário ficaram a favor dos índios em contrapartida da FUNAI, Fundação Nacional do Índio, que ainda defendia uma política de absorção/integração desses povos à sociedade nacional, retirando deles o direito de serem índios, de terem suas terras e viverem a seu modo.
 
Com a volta da democracia no Brasil, nos anos 80, as organizações indígenas conseguiram eleger um deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro, Mario Juruna, que lutou pelos direitos indígenas. Com a criação da Constituição Federal de 1988 foram assegurados a eles por lei a diversidade étnica e o direito sobre seus territórios, no entanto tais mudanças não teriam a força necessária para alterar as concepções da população brasileira sobre a história e cultura indígena.
 
Essa mudança como relata Zamboni (2009) começaria a surtir efeitos em 2008, com a Lei Federal n° 11.645, já citada nesta pesquisa, que estabeleceu a obrigatoriedade do ensino da história e cultura indígena nas escolas de ensino fundamental e médio do país, com esse avanço surgiu a possibilidade da reescrita da história nacional, agora com a participação real dos povos nativos que foram protagonistas na construção desse território chamado Brasil.
 
Benefícios da cultura índigena no currículo escolar
 
A escola é um ambiente que proporciona o ensino sobre as diversas tradições do país, neste sentido é justa a colocação de que seja inserido em seu currículo o estudo das tradições indígenas, através da literatura, história, artes, costumes entre várias outras maneiras de se agregar estes conhecimentos as salas de aula de instituições públicas e particulares.
 
O ensino da historia indígena nas escolas como trata Zamboni (2010) proporciona aos alunos o resgate de parte da construção de seu país, de criar um sentimento de inclusão neste enredo que faz parte do passado de toda a sociedade, de saber e entender todo o processo que os trouxe até aqui.
 
A Lei Federal n° 11645 veio para beneficiar a elaboração do currículo escolar, propiciando novas abordagens em relação ao tema, gerando por consequência oportunidades que até então não existiam, para os alunos terem acesso a outras matrizes culturais, saindo da visão eurocêntrica que privilegia a importância exclusiva dos povos europeus em todos os acontecimentos mundiais.
 
Para que essa transformação no mundo do ensino da história indígena aconteça de forma satisfatória faz-se necessário que os professores se encontrem habilitados para o processo.
 
Como cita Zamboni (2010) em um exemplo prático pode-se citar a seguinte cena, um professor ao escolher os temas que devem ser trabalhados em sua sala de aula jamais trabalharia com um acontecimento que ele não julgue relevante historicamente falando, como uma tradição que acontece em determinado bairro de certa cidade que fica a 500 km de distância, o que faz o docente levar um caso para sua aula é a importância que este tem perante a sociedade.
 
Ainda não existem leis que obriguem o estudo da cultura e história indígena no ensino superior do país, isso faz com que se abra uma falha considerável na educação, pois os futuros profissionais docentes não criam laços com o tema dentro de seu próprio curso.
 
Neste contexto o professor passa a ter que se inteirar do assunto através de pesquisas próprias, o que nem sempre os da acesso as informações necessárias para uma boa compreensão e entendimento, dificultando o processo de conhecimento e consecutivamente de ensino-aprendizagem.
 
Trabalhar as questões indígenas na escola como fala Canclini (2008) é beneficiar as futuras gerações em relação a compreensão da cultura como um produto da história, que é dinâmica e flexível, é uma forma de combater o racismo e o preconceito contra esses povos, dando maior visibilidade.
“Para que não haja mais preconceito é preciso ter conhecimento. O contato com a cultura indígena no ambiente escolar sensibiliza os estudantes, e é da sensibilização que surge a conscientização” (Canclini, 2008, p.12).
 
Dentro do ambiente escolar é possível abordar o tema de maneira interdisciplinar, através da arte, ciência, linguagens, história sabe-se que esse tipo de abordagem trás visões mais abrangentes dos conteúdos e auxilia no processo de aprendizagem dos alunos.
 
Mas além de influir diretamente no processo de aprendizagem o ensino de cultura indígena proporciona a consolidação da identidade nacional. Embora, fossem vítimas de constantes processos de aculturação promovida pelos colonizados Portugueses; pelos exploradores Frances e Holandeses, a cultura indígena se manteve latente nos séculos de colonização que se seguiram (Cunha, 2006 p.92).
 
Esse protraimento da cultura e costumes dos povos ameríndios, aliados a costumes e culturas europeias e africanas a partir do século XVIII, promoveram o início da identidade nacional.
A miscigenação cultural e principalmente os costumes indígenas influíram diretamente no legado cultural brasileiro (Renan, 1947, p.903), formando uma herança simbólica e materialmente disposta a sociedade. Portanto, conforme afirma Thiesse (1999, p.12) “pertencer a uma nação é ser um dos herdeiros desse patrimônio comum, reconhecê-lo e reverenciá-lo”.
 
A manutenção do ensino da cultura indígena colobora de forma direta para o sentimento de pertencimento, para constituindo a determinação da influencia de cada povo na difusão do culto nacional.
 
Atividades em sala de aula
 
Como trabalhado em toda a pesquisa, não resta dúvidas sobre a importância do ensino da história e cultura indígena nas escolas, Zamboni (2010) afirma que existem várias propostas de como essa questão pode ser desenvolvida, como:
 
Histórias: contar histórias importantes para a cultura, que possam contextualizar os assuntos que precisam ser abordados, promovendo uma aula da história do país e sua relação com os indígenas por exemplo.
 
Manter o ambiente de forma dinâmica, quebrando paradigmas anteriormente impostos e trazendo novas tendências, para isso o professor pode utilizar pode utilizar de livros como, Uma Amizade (Im)possível – As Aventuras de Pedro e Aukê no Brasil colonial de Lilia Moritz Schwarcz, que conta a história da descoberta do Brasil de forma lúdica.
 
Outro livro que pode ser de grande valia nesse processo é o, Aldeias, Palavras e Mundos Indígenas de Valéria Macedo, este exemplar conta um pouco da cultura dos índios Yanomami e Krahô, trazendo até um pouco de seu vocabulário.
 
Clássicos da literatura: na literatura brasileira existem alguns clássicos que trazem a tona o universo desses povos, são exemplos os livros Iracema e O Guarani ambos escritos por José de Alencar, já para os anos iniciais do ensino fundamental tem-se Xingu, Menino Poti, entre vários outros.
 
Essas atividades trazem a figura do índio para mais perto dos discentes, fazendo com que a cultura e a história seja aprendida de uma maneira mais satisfatória e facilitada, desenvolvendo o gosto pela leitura e a curiosidade de se saber mais sobre os povos nativos de seu país.
 
Pesquisa: no processo ensino-aprendizagem é indicado que se incentive a pró atividade dos alunos, isso pode acontecer através das pesquisas, o professor apresenta determinado tema e pede para que seus alunos pesquisem e tragam o que mais lhe chamou atenção para a sala de aula, neste caso pode-se desenvolver temas relacionados a curiosidades sobre determinadas tribos indígenas, habitação, costumes, dialeto, entre vários outros.
 
Arte e culinária: ao trazer o assunto da culinária indígena para a sala de aula abre-se um leque de opções entre, biodiversidade, agricultura, pesca e tantas outras práticas milenares desse povo. Outra opção é relacionar comidas que pertencem ao cardápio dos alunos as origens indígenas, alguns exemplos são, tapioca, pipoca, frutas nativas e até mesmo o bolo de milho.
 
Já sobre as artes, o professor pode trabalhar com desenhos, músicas, pinturas, danças, as pinturas corporais tão importantes para o povo indígena, fazendo sempre uma assimilação entre esses conteúdos e a natureza, fonte inspiradora de tudo que circunda essa sociedade.
 
Mídias: alguns desenhos também podem ser utilizados no processo de ensino da história e cultura indígena no ambiente escolar, filmes e até quadrinhos também podem ser utilizados.
 
“A grande vantagem de estudar história consiste justamente na possibilidade, que ela nos propicia, de uma compreensão mais articulada das circunstâncias por meio das quais chegamos ao ponto em que estamos e, a partir daí, na possibilidade de uma melhor avaliação das alternativas que se apresentam e que podemos vislumbrar graças à ampliação da perspectiva temporal. [...] O ato inicial [para pensar ações transformadoras no presente] é compreender que não se coloca mais a possibilidade de retorno a um contexto anterior, situado no passado remoto ou recente, ao qual pudéssemos regressar. As mudanças históricas ou tecnológicas não são fatalidades, mas, uma vez desencadeadas, estabelecem novos patamares e configurações de fatos, grupos, processos e circunstâncias, exigindo que o pensamento se reformule em adequação aos novos termos para poder interagir com eficácia no novo contexto.” (Sevcenko, 2001, p. 55).
 
Tais atributos da cultura indígena celebram e se somam à mistura e a contribuição da miscigenação e integração dos diversos atores formadores da identidade nacional, o que exalta o ganho cultural e a ampliação das fronteiras culturais.
 
Estudar história é conhecer o passado, refletir sobre o presente e entender que até que o futuro chegue haverá muitas possibilidades de mudança, e que são justamente essas mudanças que trará sentido a vida.
 
Referências biográficas
 
Mestre em Sistemas de Gestão Leonardo Borges Gonçalves, estudante de História na Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO).
 
  
Referências bibliográficas
 
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história do Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2010.
 
BANIWA, Gersem, HOFFMANN, Maria Barroso. Introdução. LUCIANO, Gersem José dos Santos; OLIVEIRA, João Cardoso de; HOFFMANN, Maria Barroso. Olhares Indígenas Contemporâneos. Brasília: Centro Indígena de Pesquisas, 2010.
 
BRASIL. Convenção nº 169 sobre povos indígenas e tribais em países independentes e Resolução referente à ação da OIT sobre povos indígenas e tribais. Brasília: OIT, 2003.
 
BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008.
CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas híbridas. São Paulo: EDUSP, 2008.
 
COELHO, Mauro Cezar. As populações indígenas no livro didático, ou a construção de um agente histórico ausente.  2007. Acesso em 23 de junho de 2022.
CUNHA, M. C. DA. Imagens de Índios do Brasil: o século XVI. Estudos Avançados, v. 4, n. 10, p. 91–110, 2006.
CUNHA, Manuela Carneiro da. Índios no Brasil: história, direitos e cidadania. São Paulo: Claro Enigma, 2012.
 
RENAN, Ernest. Oeuvres complètes. Paris: Calmann-Lévy Éditeurs, 1947. t. I
SEVCENKO, Nicolau. A Corrida Para o Século XXI – No Loop da Montanha Russa. São Paulo: Cia das Letras, 2001.
 
STADEN, Hans. Viagem ao Brasil. Disponível em: https://tendimag.files.wordpress.com/ 2012/12/hans-staden-viagem-ao-brasil-1930.pdf . Acesso em: 14 de junho de 2022.
 
THIESSE. Anne-Marie. La création des identités nationales. Europe XVIIIe - XXe siècle. Paris: Editions du Seuil, 1999
 
ZAMBONI, Ernesta; BERGAMASCHI, Maria Aparecida. Povos Indígenas e Ensino de História: memória, movimento e educação. 2009. Disponível em: http://www.alb.com.br/anais17/txtcompletos/sem12/COLE_3908.pdf . Acesso em: 14 de junho de 2022.

67 comentários:

  1. Entendo que faltou um debate relacionado à associação da diversidade etnica brasileira com o aperfeiçoamento do direito burguês e do estado democrático dentro do atual estágio do capitalismo. Penso que a democracia algo tão etéreo para o brasileiro de pouca formação escolar é um elemento a ser associado quando se aborda o tema do indígenas pois a luta pela autodeterminação, a luta pela terra irmana os trabalhadores para enfrentar o grande capital e sua faceta contemporânea, o agronegócio.
    Waldson Luciano Correa Diniz
    UFMS
    Campus do Pantanal

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES12 de setembro de 2022 às 22:37

      Agradeço ao colega pelo comentário, embora não tenha feito nenhuma pergunta.
      Todo estudante ou pesquisador não pode se imiscuir do debate democrático. Embora sejamos uma democracia recente, carente de aperfeiçoamento, a luta entre classes carece de amadurecimento, posto que ninguém é um fim em si mesmo, nem o rico empresário nem o trabalhador mais humilde se bastam, todos dependem uns dos outros. Não fica cristalino hodiernamente o conceito de burguês em uma sociedade tão plural, onde o extremismo político partidário dita o rumo do discurso. Quando se fala em diversidade étnica o conceito Áfricano do "ubuntu, tem um destaque especial e serve como parâmetro instigativo ao raciocínio.

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  2. LEONARDO BORGES GONÇALVES12 de setembro de 2022 às 22:28

    Agradeço ao colega pelo comentário, embora não tenha feito nenhuma pergunta.
    Todo estudante ou pesquisador não pode se imiscuir do debate democrático. Embora sejamos uma democracia recente, carente de aperfeiçoamento, a luta entre classes carece de amadurecimento, posto que ninguém é um fim em si mesmo, nem o rico empresário nem o trabalhador mais humilde se bastam, todos dependem uns dos outros. Não fica cristalino hodiernamente o conceito de burguês em uma sociedade tão plural, onde o extremismo político partidário dita o rumo do discurso. O que cabe menção quando se fala em diversidade étnica é o conceito África do "ubuntu.

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    1. LEONARDO BORGES GONAÇLVES13 de setembro de 2022 às 14:27

      Tal resposta foi adicionada acima.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  3. Matheus wilson silva dos santos13 de setembro de 2022 às 06:50

    Bom dia e parabéns pelo excelente, trabalho devido a muitas problemáticas que escola de ensino básico sofre os conteúdos sobre a população indígena ou sobre África são apenas citados dentro do ensino, qual seria uma proposta efetiva para que esse assunto seja pautado com mais recorrência nas escolas ensinados para os alunos terem uma visão de toda a sua formação e seus ancestrais indígenas e africanos.

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES13 de setembro de 2022 às 14:37

      De fato existe uma falha no que tange ao ensino da cultura indígena e africana no ensino básico, no entanto é válido reforçar que já existe uma proposta pare esse ensino vigente na BNCC, a questão que realmente deve ser trabalhada está na formação dos professores, pois são eles que decidem o grau de profundidade dos assuntos da grade.
      Citei até um exemplo disso em meu texto.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  4. Parabéns pelo trabalho. Ao ler seu texto, chamou a atenção o trecho onde aborda os movimentos indígenas da década de 70, e relata que Baniwa afirma que o CIMI estava a seu favor contra a Funai. Não seria considerar uma certa ingenuidade pensar que uma instituição religiosa oferece apoio sem intenções? Como você percebe estes posicionamentos? Obrigada

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES13 de setembro de 2022 às 14:21

      Obrigado Clarice pela pergunta.
      É possível traçar diversas hipóteses para o posicionamento do Conselho Indigenista Missionário, a bem da verdade determinados movimentos de certas instituições são cobertura para a perpetuação de planos de poder ao longo do tempo.
      Outra teoria possível para o posicionamento da CIMI seria uma tentativa de redenção pelas políticas impostas aos indígenas especialmente no Brasil colônia.
      Vou tomar sua pergunta como sugestão de tema para um novo texto, obrigado pela contribuição.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  6. Tatiane Soethe Szlachta13 de setembro de 2022 às 20:25

    Parabéns pelo trabalho. No decorrer do texto, você deixou claro o quanto o ensino de história e cultura indígena é uma temática complexa. Em especial, saliento a importância da Lei 11.645/2008 que representa um avanço nesse quesito, pois torna obrigatório o ensino da temática indígena nas escolas. A minha pergunta é: no seu ponto de vista a lei realmente contribuiu com o ensino da temática indígena ou esta é só mais uma lei que será desrespeitada? E quanto a adequação dos materiais didáticos, você percebe algum avanço?

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 12:13

      Obrigado pela pergunta.
      Eu noto uma crescente conscientização acerca da necessidade do estudo do tema de inclusão dos dois grupos étnicos citados na lei 11.645/2008, nos conteúdos programáticos. A busca por entender a ancestralidade vem ganhando força, talvez influenciada por iniciativas positivas como esta da edição da referida norma. E sinceramente não acredito no total desrespeito ao disposto na legislação, o que é possível notar é que a inclusão dos temas nos conteúdos programáticos ainda é tímida e e carece de intensificação.

      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  7. Boa tarde
    Considero muito importante a reflexão sobre o tema. Realmente os livros de história trazem a questão indígena na visão do europeu, porém os livros da atualidade estão abordando de maneira muito resumida o povo indígena. Quando abordamos a população indígena verificamos que as crianças entendem os indígenas como pessoas que perambulam pelas ruas, rodoviárias vendendo seus cestos ( vistos muitas vezes como vadios). Na verdade o que falta são políticas publicas para assistir este povo, sendo que são pessoas que perderam suas terras devido a invasão europeia, então na minha visão acho importante trabalhar a realidade, partindo do conhecimento do próprio aluno, explicar o porque da situação indígena atual e a falta de políticas públicas para atender esta população, não adianta se prender ao que diz o livro didático. Como você entende a política publica na questão indígena?

    Inês Valéria Antoczecen.

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 12:09

      Obrigado pela pergunta.
      Considero que as políticas públicas para a promoção de conhecimento acerca da cultura indígena bem como as ações afirmativas voltadas para a conservação da memoria histórica destes povos são muito tímidas, carecendo de fortalecimento e ampliação. Há necessidade por exemplo de ressaltar a relevância dos grandes brasileiros de origem indígena, que em muitas das revoluções do Brasil colônia e do Brasil império tiveram papel preponderante e foram verdadeiros líderes.

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  8. LEONARDO BORGES GONÇALVES14 de setembro de 2022 às 18:05

    Obrigado pela pergunta.
    Eu noto uma crescente conscientização acerca da necessidade do estudo do tema de inclusão dos dois grupos étnicos citados na lei 11.645/2008, nos conteúdos programáticos. A busca por entender a ancestralidade vem ganhando força, talvez influenciada por iniciativas positivas como esta da edição da referida norma. E sinceramente não acredito no total desrespeito ao disposto na legislação, o que é possível notar é que a inclusão dos temas nos conteúdos programáticos ainda é tímida e e carece de intensificação.

    LEONARDO BORGES GONÇALVES

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES14 de setembro de 2022 às 18:06

      Obrigado pela pergunta.
      Eu noto uma crescente conscientização acerca da necessidade do estudo do tema de inclusão dos dois grupos étnicos citados na lei 11.645/2008, nos conteúdos programáticos. A busca por entender a ancestralidade vem ganhando força, talvez influenciada por iniciativas positivas como esta da edição da referida norma. E sinceramente não acredito no total desrespeito ao disposto na legislação, o que é possível notar é que a inclusão dos temas nos conteúdos programáticos ainda é tímida e e carece de intensificação.

      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  9. LEONARDO BORGES GONÇALVES14 de setembro de 2022 às 18:05

    Obrigado pela pergunta.
    Eu noto uma crescente conscientização acerca da necessidade do estudo do tema de inclusão dos dois grupos étnicos citados na lei 11.645/2008, nos conteúdos programáticos. A busca por entender a ancestralidade vem ganhando força, talvez influenciada por iniciativas positivas como esta da edição da referida norma. E sinceramente não acredito no total desrespeito ao disposto na legislação, o que é possível notar é que a inclusão dos temas nos conteúdos programáticos ainda é tímida e e carece de intensificação.

    LEONARDO BORGES GONÇALVES

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES16 de setembro de 2022 às 17:42

      Resposta postada no lugar errado.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  10. kalina vanderlei paiva da silva14 de setembro de 2022 às 19:24

    Olá, Leonardo, muito importante a ressalva de que ainda não há obrigatoriedade de ensino de história indígena na Educação Superior no Brasil. Sim, é preciso que exista conscientização de que muitas universidades e cursos de História ainda optam por silenciarem essa história. Minha questão gira em torno dos autores a serem usados em sala de aula: existem muitos autores indígenas publicando hoje. Você sugere alguns desses em sua prática?

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 12:20

      Oi Kalina, obrigado pelo comentário.
      Eu gosto muito do livro "A terra dos mil Povos" do professor Kaká Werá Jucupé. O livro tráz a história dos primeiros habitantes da terra contata por um indígena, recomendo a leitura e utilização como material de apoio nas aulas.

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  11. Boa noite. Um excelente tema, que provoca o debate.
    Sendo a escola um espaço que contribui para construção do saber, e a sala de aula, neste caso pode-se desenvolver temas relacionados a curiosidades sobre determinadas tribos indígenas, habitação, costumes, dialeto. Como os estudantes percebem a cultura indígena?

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 12:26

      Embora a cultura indígena esteja presente no dia a dia do povo brasileiro, tal influência passa despercebida no cotidiano. Os alunos ao tomarem conhecimento das especificidades da influência da cultura indígena demonstram surpresa aliada a curiosidade.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  12. Amanda Sabrina de Oliveira Carvalho15 de setembro de 2022 às 11:20

    Tendo em vista que na graduação de história, a história indígena também é pouco explorada na grade curricular das disciplinas. Ao seu ponto de vista, como trabalhar a educação indígena nas salas de aula da faculdade? Que papel ela teria para a formação de professores?

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 12:35

      Acredito que o ensino superior principalmente os cursos de história, sociologia e antropologia, deveriam explorar de forma alargada o detalhamento da cultura indígena e que influencia está teve no passado, tem no presente e que perspectivas trazem para o futuro. A célebre frase de Burke explica perfeitamente o papel da educação indígena na formação docente, posto que estes são influenciadores "Um povo que não conhece a sua história, está fadado a repeti-la".
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  13. Olá bom dia, o assunto é muito interessante, gostei muito. No trecho em que você fala. "No Brasil o ensino da história e cultura indígena é marcado por uma abordagem tradicional que faz ao ambiente escolar uma visão eurocêntrica derivada dos relatos e livros escritos por europeus sobre todas as multidiosidades vista durante o período da colonização do país" na sua opinião, você acha que se a história tivesse sido contada pelos povos indígenas, sem a interferência eurocêntrica. A cultura e a história indígena seria mais valorizada? Obrigado pela participação.

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 12:43

      Oi ismar, obrigado pela pergunta.
      A visão puramente eurocêntrica da cultura indígena infelizmente ainda é a que mais influencia o ensino deste tema. Apesar da gradual adequação das novas visões sob a ótica indígena ganharem força, acredito que tenha que se fazer uma adequação a fim de combinar os diversos pontos de vista sobre o tema, especialmente na visão dos principais atores envolvidos. A multivisão e a apresentação dos diversos pontos de vista, acredito que fomentariam a valorização da história indígena e da importância dela na formação da identidade nacional.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  14. Raylane Ferreira Gomes15 de setembro de 2022 às 12:41

    Parabéns pelo ótimo trabalho. De fato, fica bem explícito as vantagens do ensino dos povos originários na formação dos indivíduos, tendo em vista que esses são pilares ativos na formação da nossa atual sociedade, mas gostaria de saber de que maneira (além dessas citadas no texto) você acredita que poderíamos levar esse ensino para além da sala de aula, cientes do grau de preconceito que pessoas externas à ambientes escolares possuem sobre esse povo e suas culturas?

    Raylane Ferreira Gomes

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 16:10

      Oi Raylane, acredito que a massificação do ensino sobre a cultura indígena seja a mola propulsora para dar movimento à política de inclusão. E com a popularização da cultura indígena no ensino as próprias instituições sociais: família, escola, trabalho, Estado seriam replicadoras da cultura e por conseguinte ajudaria a reduzir o preconceito seja ele estrutural ou declarado.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  15. Olá Prof. Leonardo, obrigado por compartilhar seu texto e suas reflexões.

    Me chamo Maicon Douglas Holanda e sou professor de História da Rede Estadual do Tocantins (SEDUC/TO), e recentemente levei os estudantes do 2º ano do ensino médio para uma aula de campo na aldeia Xambioá-Karajá, às margens do Rio Araguaia, no munícipio de Santa Fé do Araguaia, região norte do Tocantins. Seu relato me lembra muito algumas questões que permeiam também a questão indígena daqui, como a visão estereotipada que os estudantes possuem, do eurocentrismo enraizado que acabam por denominar esses povos como "atrasados", "selvagens", "exóticos", tendo em vista o uso desses termos em alguns momentos da discussão em sala de aula; e por fim, a ideia de que indígena não deve migrar para as cidades porque senão não são mais indígenas. Essas visões equivocadas foram debatidas, o que acarretou uma vistosa consciência histórica e sociocultural acerca da questão indígena, tendo em vista a boa participação e aproveitamento. No mais, destacou-se pelos próprios estudantes também o papel do governo brasileiro atual em deslegitimar a cultura e a identidade indígena, como a fala do atual presidente de que "índios tem reservas em excesso", ou que "para integrar o índio à sociedade, não custa nada buscar uma maneira de explorar de forma racional essas grandes áreas". Como você percebe esses discursos que desfavorecem a luta indígena e conflituam o reconhecimento de que os mesmos precisam de mais respeito e mais políticas públicas? Como você acredita que nós, enquanto professores do ensino básico, devemos salientar essas questões atuais no ensino de História sem correr o risco de salientar a história única e eurocêntrica? Quais serão os desafios que teremos de enfrentar futuramente em decorrência desses discursos do presente?

    Maicon Douglas Holanda

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 16:39

      Agradeço ao colega pela pergunta.
      Através do estudo que fiz para a construção desse artigo pude observar alguns aspectos referentes ao costume político e social brasileiro de desfavorecer a luta indígena, seja pela manutenção de sua cultura, por suas terras e até mesmo por sua denominação. Vejo esses discursos como um indicativo de retrocesso, pois fazem com que a população acabe acreditando em conceitos errôneos e refutando a necessidade de estudo sobre o tema.
      O papel do professor se faz importantíssimo na propagação da importância histórica desses povos, em meio a tantos ensinamentos equivocados o professor possui a possibilidade de desmistificar a história indígena, fugindo do eurocentrismo.
      Como consequência da credulidade e propagação de frases como “índios tem reservas em excesso” exemplificada pelo colega acarreta em desafios em toda a sociedade, no entendo, apesar de difícil, acredito que o ambiente escolar possa mudar esse quadro para as futuras gerações. Ensinando a diferença do que é real para o que é fake, e trazendo a verdadeira cultura indígena as salas de aula.

      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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    2. Agradeço pela reposta e pelas reflexões. Parabéns pelo texto!

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  16. Olá, meu amigo sou eu de novo Ismar Santos. Boa tarde. O assunto abordado, fala pouco sobre os órgãos públicos responsável pelos povos indígenas, apesar de não ser o foco principal do assunto, mas na sua opinião, a Funai cumpre realmente o seu papel para com os povos indígenas? Obrigado pela oportunidade.

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 16:04

      obrigado Ismar pela pergunta.
      Infelizmente a exemplo de diversos órgãos, por vezes a função principal da criação é relegada a segundo plano, ocorrendo a desvirtuação dos fins que legitimaram sua criação. Por vezes utiliza-se a máquina pública para fins politiqueiros . Acredito que uma reforma administrativa na FUNAI seria interessante a fim de mitigar os gargalos e entraves que o assola.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  17. O ensino da História dos povos indígenas estava sendo ensinada antes do século XX sempre com o olhar europeu, etnocêntrico. Isso impossibilitava criações de leis que beneficiava essa população e que fosse ensinado a importância que eles tiveram para a construção do Brasil. Com esses anos de exclusão da história indígena na participação na política e na cultura brasileira, como assegurar a participação dessas pessoas nesses espaços diante do preconceito que ainda recai neles?

    João Lucas Barros do Sacramento

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 18:38

      Acredito que o melhor caminho é o fomento à conscientização, a fim de transpor a barreira do preconceito e coroar o povo indígena com o respeito e o destaque que merecem.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  18. Nós sabemos que o agronegócio é uma parte importante para a economia brasileira e que a sua relevância é sempre exaltada por governos e cantada pelos sertanejos em suas músicas. Contudo, o que nós vemos é um crescente número de queimadas, invasões de áreas preservadas e de terras indígenas no Brasil de 2018 para cá. O ensino da história dos povos indígenas destacando para as crianças e jovens a importância de preservar a floresta, a cultura, e os costumes desses povos pode mudar essa visão no longo prazo e assim mudar essa situação? Ou só seria possível diminuir isso com a criação de leis?

    João Lucas Barros do Sacramento

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 18:44

      Dadas as dimensões do Brasil, é perfeitamente possível agregar os pilares do crescimento econômico e da preservação do patrimônio natural. Práticas sustentáveis com amplos estudos de impacto ambiental, aliados a tecnologias de produção, são perfeitamente conciliáveis de modo a promover agronegócio e o turismo ecológico sem comprometer o patrimônio intergeracional. O que aparentemente falta é vontade política para o controle mais efetivo dos impactos ambientais e promoção de crescimento associado.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  19. Ótimo texto, parabéns. O senhor acha que essa cegueira histórica causada pelo eurocentrismo torna menos interessante o estudo sobre a história indígena? Visto que sempre nos foi ensinado que os portugueses nos descobriram e fazendo assim com que se gerasse um tipo de síndrome do vira-lata dando a entender que a nossa história é menos interessante e menos importante do que a dos Europeus.
    Esther da Costa Souza
    UFAC

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 22:53

      Acredito no movimento inverso ao desinteresse. A história contada com base em apenas uma realidade deve provocar nos estudantes e pesquisadora a curiosidade por novas visões, tornando o novo conhecimento um fator motivador.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  20. Na parte do seu texto que fala sobre atividades em sala de aula eu achei muito interessante mas o senhor não acha que essa flexibilidade se torna bem mais difícil no ensino médio, já que muitos professores já estão robotizados a utilizar apenas o livro didático visto que o foco maior é a preparação para o Enem o que inviabiliza esse amplo estudo sobre a cultura indígena?
    Esther da Costa Souza

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  21. Apesar de estar na lei, é notório que o ensino da história indígena não é tão vasto como deveria ser nas escolas brasileiras, isso acontece por que a carga horária é reduzida, existem outros conteúdos considerados mais importantes ou pelo desinteresse do professor em se limitar ao livro didático? Quais outros fatores que levam a isso?

    Lívia Oliare Cardoso Pessoa

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 22:55

      A promoção do ensino da história indígena depende de forma aberrante do interesse do docente em propagar tal cultura. Ocorre que os professores em sua maior parte também são "vitimas" do eurocentrismo.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  22. Em certo trecho de seu trabalho você cita que nos anos 80 um deputado federal foi eleito no estado do Rio de Janeiro e que este lutou pelos direitos indígenas e que junto com a criação da Constituição Federal foi assegurado leis e direito sobre os territórios indígenas. Com isso, para você o que poderia se feito/agregado dentro do setor político para que houvesse uma melhora significativa no cenário e direitos desses povos originários? E de que maneira isso poderia, quem sabe, mudar a forma como esses povos são vistos e respeitados perante a sociedade?

    Raylane Ferreira Gomes

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 22:59

      A conscientização e o fomento ao conhecimento da cultura indígena são ferramentas valiosas nessa empreitada. Um debate franco com a sociedade e com órgãos guardiões dos direitos indígenas como o Ministério Público Federal, com audiências públicas seria um passo interessante para iniciativas de aperfeiçoamento da legislação sobre o tema.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  23. Thuany Camilly Oliveira Matos15 de setembro de 2022 às 20:51

    Olá, boa noite. Parabéns pelo excelente trabalho!
    Como foi destacado no texto, já existe a lei federal n° 11.645/2008 que determina a obrigatoriedade do ensino da cultura indígenas no Brasil. Diante disso observamos que essa exigência foi feita muito tardiamente, causando assim um desconhecimento das histórias indígena pelos próprios brasileiros e em consequência disso provocou estereótipos e preconceitos por essa população. Com isso, em qual momento percebeu-se a importância de estudá-los para começar a desconstrução dessa visão que se tornou hegemônica no meio da sociedade brasileira?

    Thuany Camilly Oliveira Matos

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  24. Percebe-se uma evolução na forma de ensinar a história dos povos originários com o passar das épocas, levando este fato em consideração, você acha que ainda irá haver mudanças acerca disso futuramente? Se sim, quais seriam?

    Lívia Oliare Cardoso Pessoa

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 23:43

      Acredito no crescimento da relevância do tema no currículo escolar e na gradatividade da implementação. Como mudança acredito na diversidade de meios didáticos e em mudanças nas ementas.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  25. Lucas Silva de Oliveira15 de setembro de 2022 às 21:43

    Boa noite, o texto é muito interessante, principalmente por mostrar a necessidade de mostrar a cultura indígenas nas escolas para que haja uma certa intimidade por parte do aluno, com o assunto. Porém, de que forma a cultura indígena continuaria presente na vida do indivíduo? Já que após a escola a interação sobre a cultura indígena fica mais “complicada”.

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    1. Lucas Silva de Oliveira15 de setembro de 2022 às 23:01

      lucas.silva.o@sou.ufac.br

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    2. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 23:13

      A cultura indígena infelizmente vai cada vez mais rareando em nossa sociedade. Cabe ao poder público, aos docentes e a sociedade civil buscar fomentar a manutenção e ampliação do culto a esses atores tao importantes para a formação da cultura nacional.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  26. Lucas Silva de Oliveira15 de setembro de 2022 às 21:55

    Boa noite novamente, mais uma questão que gostaria de levantar, é a de que tirar a miscigenação vinda dos colonizadores é muito difícil devido ao tempo que isso vem, de que forma pode começar a retirar o pensamento eurocentrico que já vem de anos?

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    1. Lucas Silva de Oliveira15 de setembro de 2022 às 23:01

      lucas.silva.o@sou.ufac.br

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    2. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 23:10

      Embora o tema seja empolgante devemos ser realistas, mudar uma mentalidade leva gerações, porém tem q começar de algum ponto é essa mudança clama por nossa atuação.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  27. As orientações dadas pela lei n 11.645/2008 que orientam o ensino de história dos povos originários, suas culturas e caraterísticas nas escolas são bastante importante para o desenvolvimento dos estudantes, e para o conhecimento da história do Brasil, porém nem sempre são colocadas em prática. O que deve ser feito para os professores transmitirem esse conhecimento para os alunos e destruir certos preconceitos ainda presente na sociedade sobre os povos originários?

    Rayssa Vitória Cordeiro

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  28. Thuany Camilly Oliveira Matos15 de setembro de 2022 às 22:45

    Como dito no texto, o ensino das histórias indígenas não é uma matéria obrigatória nas universidades. Dessa forma, o conhecimento sobre esse assunto é limitado para os docentes, nisso eles acabam por si buscando instruções básicas para aplicar esses assuntos que como vimos são de extrema relevância. Até que ponto isso prejudica a formação dos professores e o seu desenvolvimento na sala de aula?

    Thuany Camilly Oliveira Matos

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 23:35

      Infelizmente, acaba q o conhecimento limitado sobre o tema por parte dos docentes, estimula um círculo vicioso que vai formar alunos com debilidade no assunto.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  29. Foi apresentado os benefícios da cultura no currículo escolar e como fomentar práticas desse ensino na sala de aula, mas sabemos que há muitos desafios na realização dessas atividades, então como conscientizar o corpo acadêmico e as instituições públicas de educação para esse movimento? E falando de um sistema de ensino de educação pública fraco e focado em questões eurocêntricas, como adequar, diante desse cenário uma metodologia de ensino eficaz?

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    1. Andressa Nascimento da Silva
      nascimento.andressa@sou.ufac.br

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    2. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 23:01

      A conscientização do corpo acadêmico e das instituições pode ser feita por várias maneiras, no entanto acredito que a adequação das grades curriculares dos cursos de licenciatura com a inserção destes temas seja um ótimo caminho para a educação. Quanto a afirmativa da colega sobre um sistema de ensino de educação pública fraco, vejo que criou-se um estereótipo que tenta unificar toda educação em apenas um tipo de pensamento, ainda existem muitos gargalos no ensino público, porém a questão da visão eurocêntrica se da muito mais pela crença popular do que pelo ambiente escolar propriamente dito.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  30. boa noite, caberia também a reeducação de professores mais antigos do ensino básico que ainda estão muito ligados ao eurocentrismo? Ou essa questão seria utópica demais e cabível apenas aos novos formados?

    Rafael Nogueira Gomes

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 23:04

      Iniciativas de estudos para proposição pelo Ministério da Educação de cursos de reciclagem e atualização, seria interessante, porém o amalgamento do da postura crítica é uma realidade não somente no corpo docente, mas nas mais diversas profissões.
      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  31. Qual seria a melhor forma de iniciar a quebra de preconceito dos alunos mais jovens? (antes mesmo que cheguem ao ensino superior)

    Rafael Nogueira Gomes

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    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 23:08

      Acredito que a educação tanto aquela realizada no ambiente escolar, quanto aquela que é papel da família tem o poder de forma cidadãos mais conscientes.

      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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  32. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 23:06

    Acredito que a educação tanto aquela realizada no ambiente escolar, quanto aquela que é papel da família tem o poder de forma cidadãos mais conscientes.

    LEONARDO BORGES GONÇALVES

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    Respostas
    1. LEONARDO BORGES GONÇALVES15 de setembro de 2022 às 23:08

      Acredito que a educação tanto aquela realizada no ambiente escolar, quanto aquela que é papel da família tem o poder de forma cidadãos mais conscientes.

      LEONARDO BORGES GONÇALVES

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